sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

EAD - preocupado com o seu futuro? Aprenda primeiro o que é MOOC

MOOC significa Massive Open Online Courses, ou Cursos online, abertos e em massa. Em massa significa que é frequentado simultaneamente por milhares de alunos; aberto significa que qualquer um pode fazer (são de graça!) e online significa que são no modo não presencial (Ensino a Distância).
E porque alguém deveria aprender o que significa e o que isso tem a ver com cada um?
A resposta é simplesmente porque, você, com toda a certeza, vai fazer um MOOC em algum momento no futuro!
 
Essa palavra, apesar de cunhada há alguns anos, somente nesse ano de 2012 explodiu, principalmente pela adesão em massa das principais universidades americanas ao modelo. Vale ressaltar que o modelo de negócios (como ganhar dinheiro com isso) ainda não está bem claro, mas a tendência já é irreversível.

 
O Coursera, o mais famoso de todos, já tem 33 universidades associadas (eram 4 em abril/2012 e no dia em que escrevo já devem ser mais de 33) com quase 2.000.000 de alunos! Essas 33 incluem pesos-pesados como Stanford, Columbia, Duke, Princeton, e já se espalhando por universidades de vários outros paises, como as de Edinbourg, Melbourne, Hong Kong, Lausanne, London e outras...
O EDx vem com MIT, Harvard, Univ. Texas, Berkeley, Georgetown. É pouco ou quer mais?
Yale tem a Open Yale.
 
Em dezembro, 12 universidades Britânicas anunciaram o lançamento da FutureLearn, criada pela Open University e com participação de Birmingham, Bristol, Cardiff, East Anglia, Exeter, Lancaster, Leeds, Southampton, St. Andrews, Warwick, e o famoso King’s College London.
A imprensa mundial repercute o assunto: O New York times publicou uma série de reportagens em novembro/2012. A revista Forbes também.

Aqui no Brasil, apenas nesse segundo semestre de 2012, vemos o assunto sendo cada vez mais falado e comentado. Nizan Guanaes publicou uma matéria na Folha de São Paulo. O Professor Litto desenvolveu vários artigos no seu blog. A Fundação Lemann está traduzindo para o português as aulas da Khan University.
 
Matéria de O GLOBO de 23/12/2012 traz uma análise sobre a produtividade nas universidades e mostra que a meta é chegar a 20 alunos por professor nas universidades brasileiras. Enquanto isso, os professores Sebastian Thrun and Peter Norvig de Stanford, falam da sua satisfação em ter 150.000 alunos em um curso de inteligência artificial, no qual 24.000 alunos foram aprovados. Isso é muito mais do que eles conseguiram ensinar em 20 anos de atuação em sala de aula.
 
Obviamente, alguma coisa vai ter que acontecer em termo de revisão de modelos de produtividade!
Muitos professores reagem, mas a pergunta chave é a seguinte: os alunos estão aprendendo? Se a resposta for sim, o problema está resolvido, porque a finalidade da educação está sendo cumprida, com ou sem professores incomodados. Destacamos que estamos falando de adultos, que, em tese, devem ser responsáveis pelo seu aprendizado (ou deveriam).
 
Acredito que um grande esforço vai começar a ser feito a partir de agora (já está sendo feito) no sentido de certificar esse tipo de conhecimento, adquirido dessa forma.
 
Quando isso estiver resolvido, o céu é o limite!
 
A Fundação Bill e Melinda Gates alocou U$3.000.000 na direção de estudos nesse sentido.
Acho que efetivamente estamos no inicio de uma exponencial em relação ao formato do aprendizado, só que até agora o foco está apenas em cursos livres de universidades.
 
Mas o que vem quente mesmo é o "lifelong learning" . Aprender ao longo da vida inteira.
Isso mexe fortemente com o conceito de "certificação do conhecimento" tão presente nos assunto de TI (IBM, Microsoft, Novell, Oracle, ITIL, Cobit...), Qualidade (ISO), PMI, línguas (toefl e toic), OAB, SAT, GED, BAC e todos os exames de proficiência em alguma profissão.
 
Pode ser que enfim separemos totalmente o "quem ensina" do "quem certifica".
Se alguém se formava em direito ou medicina aos 22/23 anos com a expectativa de se aposentar antes dos 60, porque não poderia se formar aos 40/50 ou sessenta e exercer a nova profissão por mais 30 anos?

Sendo assim, fica ainda mais forte a idéia que considerar alguém que abandonou os estudos em algum momento como carta fora do baralho é uma grande perda de qualidade de vida e renda para a pessoa, e de produtividade para a sociedade e para o país.
 
Paulo Milet é consultor e empresário, sócio-diretor da Eschola.com, atuando há mais de 20 anos em Educação a Distância. (pbm@eschola.com)

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